sábado, 27 de março de 2010

PET sustentável?


A Coca-Cola Brasil lançou essa semana o que está sendo considerado uma garrafa PET sustentável. Como? Segundo notícia publicada no Paranashop, entre outros sites e blogs, a Plantbottle consiste numa embalagem em que parte do petróleo utilizado na produção do plástico é substituída por etanol, o álcool produzido a partir da cana-de-açúcar.
O lançamento ocorreu no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e contou com a presença de Carlos Minc, Ministro do Meio Ambiente. A nova garrafa deve chegar ao mercado em abril.
Prós e contras
A redução da quantidade de petróleo empregada no processo de fabricação pode economizar milhares de barris. E o uso do álcool deverá favorecer a economia brasileira.
Contudo, a produção do etanol gera sérios problemas ambientais. A queima da cana-de-açúcar, a fim de facilitar o corte manual e baratear os custos para o produtor, ainda é um grave fator poluente.
Estudos revelam que a queima libera gás carbônico, gases de nitrogênio e de enxofre (responsáveis pelas chuvas ácidas), além da fuligem que contém substâncias cancerígenas. A queima provoca ainda empobrecimento nos nutrientes das plantas e causa erosão, devido aos danos à proteção do solo.
As denúncias sobre as condições sub-humanas de trabalho dos canavieiros amplia a reflexão para os aspectos sociais da produção de álcool. Leia, entre outros, O alto preço do etanol limpo e barato, publicado no jornal alemão Der Spiegel , em 2009, que qualifica o avanço da monocultura canavieira como o "tsunami verde" em nosso país. O jornal Valor Online de 12/03/2010 registra as críticas dos EUA à produção de cana no Brasil, que aparece associada a trabalho escravo, trabalho infantil e desrespeito aos direitos humanos.
Tudo isso deixa-nos com a indagação: é possível fazer PET sustentável?

Nenhum comentário:

Postar um comentário